Maria (Mãe de Jesus)
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Maria (hebraico: מִרְיָם, Miriam; aramaico: Maryām; árabe: مريم, Maryam; grego koiné: Μαριας ou Μαριαμ, ), também
conhecida como Maria de Nazaré, é a mulher israelita de Nazaré, identificada no Novo Testamento e no Alcorão como a mãe de Jesus através da intervenção divina (Mateus
1:16-25, Lucas
1:26-56, Lucas
2:1-7). Jesus é visto como o messias — o Cristo — em ambas as tradições, dando origem ao nome
comum de Jesus Cristo. Maria
teria vivido na Galileia no final do
século 1 a.C. e início do século 1 d.C., é considerada pelos cristãos como a
primeira adepta ao cristianismo.
Os evangelhos canônicos de São Mateus e São Lucas descrevem
Maria como uma virgem (grego: παρθένος, parthenos).Tradicionalmente, os cristãos acreditam que ela concebeu seu
filho milagrosamente pela ação do Espírito Santo. Os muçulmanos acreditam que ela concebeu pelo
comando de Deus. Isso ocorreu quando ela estava noiva de José e aguardava o rito do casamento, que
tornaria a união formal. Ela se casou com José e o
acompanhou a Belém, onde
Jesus nasceu. De acordo com o costume judaico,
o noivado teria ocorrido quando ela tinha cerca de 12 anos, o nascimento de
Jesus aconteceu cerca de um ano depois.
O Novo Testamento começa o seu relato da
vida de Maria com a anunciação, quando o anjo Gabriel apareceu a ela anunciando que
Deus a escolheu para ser a mãe de Jesus. A tradição da Igreja e os escritos
apócrifos afirmam que os pais de Maria eram um casal de idosos, São Joaquim e Santa Ana.
A Bíblia
registra o papel de Maria em eventos importantes da vida de Jesus, desde o seu nascimento até
a sua ascensão.
Escritosapócrifos falam
de sua morte e posterior assunção ao
céu.
Os cristãos da Igreja Católica, da Igreja Ortodoxa, da Igreja Ortodoxa
Oriental, da Igreja Anglicana e da Igreja Luterana acreditam que Maria, como
mãe de Jesus, é a Mãe de Deus (Μήτηρ Θεοῦ) e a Theotokos, literalmente Portadora de
Deus. Maria foi venerada desde o início do
cristianismo. Ao longo dos séculos ela tem sido um dos assuntos
favoritos da arte, da música e da literatura cristã.
Há uma
diversidade significativa nas crenças e práticas devocionais marianas entre
as grandes tradições cristãs. A Igreja Católica tem uma série de dogmas
marianos, como a Imaculada Conceição de
Maria e Assunção de Maria.
Os católicos se referem a ela comoNossa Senhora e
a veneram como a "Rainha do Céu" e "Mãe da Igreja", porém, a maioria dos protestantes não compartilha dessas
crenças, atribuindo a ela um papel mínimo dentro do cristianismo por conta das
poucas referências bíblicas sobre sua vida.
No novo testamento
“
|
O Novo
Testamento relata sua humildade e obediência à mensagem de Deus e faz dela um
exemplo para cristãos de todas as idades. Fora das informações fornecidas no
Novo Testamento pelos Evangelhos sobre a dama da Galileia, a devoção cristã e
a teologia construíram uma imagem de Maria, que cumpre a previsão atribuída a
ela no Magnificat: «Doravante
todas as gerações me chamarão bem-aventurada.» (Lucas
1:48)
|
”
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Família e infância
Segundo uma
tradição católica estima-se que a Virgem teria nascido a 8 de setembro, num sábado, data
em que a Igreja festeja a sua Natividade. Também é da tradição pertencer à
descendência de Davi - neste
sentido existem relatos de Inácio de Antioquia, Santo Irineu, São Justino e de Tertuliano - consta ainda dos apócrifos Evangelho
do Nascimento de Maria e do Protoevangelho de
Tiago e é também de uma antiga tradição que remonta ao século II que seu pai seria São Joaquim, descendente de David,
e que sua mãe seria Sant'Ana, da
descendência do sacerdote Aarão.
Alguns autores
afirmam que Maria era filha de Eli, mas a genealogia fornecida por Lucas alista
o marido de Maria, São José, como "filho de Eli". A
Cyclopædia de M'Clintock e Strong diz:
“
|
É bem
conhecido que os judeus, ao elaborarem suas tabelas genealógicas, levavam em
conta apenas os varões, rejeitando o nome da filha quando o sangue do avô era
transmitido ao neto por uma filha, e contando o marido desta filha em lugar
do filho do avô materno. (Números
26:33).
|
”
|
Possivelmente
por este motivo Lucas diz
que José era filho de Eli (Lucas
3:23).
Pelo texto Caverna dos Tesouros,
atribuído a Efrém da Síria,
Ana (Hannâ ou Dînâ) era filha de Pâkôdh e
seu marido se chamava Yônâkhîr... Yônâkhîr e Jacó eram
filhos de Matã e Sabhrath. Jacó foi o pai de José, desta forma, José e Maria eram primos. Maria nasceu sessenta anos
depois que seu pai, São Joaquim, tomou Santa Ana por esposa.
De acordo com o
costume judaico aos três anos, Maria teria sido apresentada no Templo de Jerusalém,
é também da tradição que ali teria permanecido até os doze anos no serviço do Senhor,
quando então teria morrido seu pai, São Joaquim.
Com a morte do
pai teria se transferido para Nazaré, onde São José morava. Três anos depois
realizar-se-iam os esponsais. Os padres bolandistas, que dirigiram a publicação da Acta Sanctorum de 1643 a 1794,
supõem em seus estudos que São Joaquim era irmão de São José, o que caracterizaria um caso de endogamia, o que era comum entre os judeus.
Palavras de Maria
Nos Evangelhos
Maria faz uso da palavra por sete vezes, três delas dirigidas ao Anjo da
Anunciação, o Magnificat em resposta a Isabel, duas dirigidas
ao seu Filho e uma só e última vez dirigida aos homens (aos servos das bodas de
Caná) que a Igreja Católica conserva com todo o valor de um testamento:
·
Na Anunciação:
·
Como poderá ser
isto, se não conheço varão? (Lucas
1:34).
·
"Eis aqui a
serva do senhor, faça-se em mim, segundo a Tua palavra (Lucas
1:38)
·
Na Visitação (o Magnificat):
·
"A minha
alma engrandece o Senhor." (Lucas
1:46-55)
·
"Filho,
porque fizeste isto conosco? eis que teu pai e eu te procurávamos
angustiados." (Lucas
2:48).
·
"Não têm
mais vinho"... (João
2:3).
·
"Fazei tudo
o que Ele vos disser" (João
2:5).
Palavras dirigidas a Maria
Nos Evangelhos
por oito vezes a palavra é dirigida a Maria:
·
Na Anunciação:
·
A saudação do
anjo: Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo. (Lucas
1:28).
·
O anúncio da
Encarnação: Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho a
quem porás o nome de Jesus. (Lucas
1:30-33).
·
Por obra e graça
do Espírito Santo: O Espírito Santo descerá sobre ti e o poder do Altíssimo
te cobrirá com a sua sombra; por isso também o que nascer será chamado Santo,
Filho de Deus. (Lucas
1:35-37).
·
A Profecia de Simeão:
·
Simeão Lhe fala
da espada que trespassará o coração: ...e uma espada trespassará a tua
própria alma a fim de que se descubram os pensamentos de muitos corações. (Lucas
2:34).
·
Na Visitação:
·
Isabel ao
responder à sua saudação: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o
fruto do teu ventre! (Lucas
1:42-45).
·
O menino Jesus a
responde no templo: Por que me buscáveis? Não sabíeis que devo estar na
casa de meu Pai? (Lucas
2:49)
·
Nas Bodas de Caná:
·
Cristo:Respondeu-lhe
Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou. (João
2:4)
·
Por Cristo na
Cruz: Jesus, vendo a sua Mãe e, junto d'Ela, o discípulo que amava, disse à sua
Mãe: "Mulher, eis aí o teu filho." Depois disse ao discípulo:
"Eis aí a tua Mãe." E daquela hora em diante o discípulo a levou para
sua casa. (Lucas
19:26-27).
Devoção cristã
2ª a
5º Século
A devoção cristã
a Maria mostra claros sinais no início do século II e antecede o surgimento de
um sistema específico litúrgico mariano no século V, após o Primeiro
Concílio de Éfeso em 431. O próprio conselho foi realizado em
uma igreja que havia sido dedicada a Maria cerca de cem anos antes. No Egito, a veneração a Maria
tinha começado no século III e o termo Theotokos foi usado por Orígenes, o pai da Igreja de Alexandria.
A mais antiga
oração mariana que se conhece (o sub tuum praesidium, ou sob
vossa proteção) é do início do 2° século e seu texto foi redescoberto em
1917 em um papiro no Egito. Após o Édito de Milão em
313, imagens artísticas de Maria começaram a aparecer em maior número em
grandes igrejas estavam sendo dedicadas a ela, como por exemplo, a Basílica de
Santa Maria Maior, em Roma.
Idade Média
Durante a Idade
Média muitas lendas surgiram sobre Maria, sobre seus pais e até mesmo avós.29
Após a Reforma
Ao longo dos séculos,
a devoção a Maria tem variado entre as tradições cristãs. Por exemplo, enquanto
os protestantes dão pouca atenção aos hinos e orações marianas, os ortodoxos
veneram a mãe de Jesus e a consideram "mais ilustre do que os Querubins e mais gloriosa que os Serafins."
O teólogo
ortodoxo Sergei Bulgakov escreveu:
"O amor e a veneração a Virgem Maria é a alma da devoção ortodoxa. A fé em
Cristo, que não inclui sua mãe, é uma outra fé."
Embora os
católicos honrem e venerem Maria, não a vêem como divina e muito menos a
adoram. Os católicos creem que Maria é subordinada a Cristo, mas ainda assim,
ela está acima de todas as outras criaturas. Da mesma forma, o teólogo Sergei Bulgakovescreveu que, embora a Igreja
Ortodoxa acredite em Maria como superiora a todos os seres criados e
incessantemente ore por sua intercessão, ela não é considerada uma
"substituta do único mediador", que é Cristo.Também escreve "Que Maria
seja honrada, mas a adoração deve ser dada ao Senhor".
Os católicos
utilizam o termo hiperdulia para
definir a veneração a Maria, ao invés de latria, que se aplica exclusivamente a Deus e dulia,
que se aplica aos outros santos e santas. A definição da hierarquia de
culto em três níveis, latria, hiperdulia e dulia,
remonta aoSegundo Concílio
de Niceia, em 787.
As devoções a
representações artísticas de Maria variam entre as tradições cristãs. Existe
uma longa tradição da arte mariana católica romana e nenhuma imagem permeia
essa arte como a Virgem com o Menino Jesus. O ícone da Virgem é, sem dúvida, o ícone
mais venerado entre os ortodoxos.Tanto católicos romanos quanto
ortodoxos veneram as imagens e ícones de Maria, dado que o Segundo Concílio
de Niceia, em 787, permitiu essa veneração dos católicos com o
entendimento de que aqueles que veneram a imagem estão venerando na realidade a
pessoa que ela representa, e o Sínodo de
Constantinopla em 842, re-estabeleceu a veneração no oriente depois
da controvérsia
iconoclasta, que varreu o Império Bizantino nos
séculos VIII e IX.Os ortodoxos, no entanto, apenas
oram e veneram imagens bidimensionais e não estátuas tridimensionais.
A posição anglicana em relação a Maria é mais
conciliadora do que os protestantes em geral e em um livro sobre a oração com
os ícones de Maria escrito por Rowan Williams, Arcebispo de
Cantuária, ele diz: "Não se trata apenas de não
podermos compreender Maria sem vê-la fazendo referência a Cristo; não podemos
entender a Cristo sem dar atenção a Maria."
Títulos
Títulos para
homenagear Maria ou para pedir a sua intercessão por determinadas causas são
usados por algumas tradições cristãs (tais como a Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica) e por outras não (por
exemplo, o Protestantismo). Os
títulos mais conhecidos são Maria, Mãe de Deus (Theotókos), Santíssima
Virgem Maria, Nossa Senhora e Rainha do Céu (Regina
Caeli).
Títulos
específicos variam entre os pontos de vista ecumênicos, católicos, ortodoxos, anglicanos, luteranos, protestantes, islâmicos emórmons.
Maria é chamada
de Theotokos pela Igreja Ortodoxa, Igreja Ortodoxa
Oriental, Igreja Luterana, Igreja Anglicana e Igreja Católica, um título reconhecido
no Terceiro
Concílio Ecumênico (realizada em Éfeso, para abordar os
ensinamentos de Nestório, em 431).
Theotokos (e seu equivalente em latim, Deipara e Dei
genetrix) significa literalmente "portadora de Deus". A frase
equivalente "Mater Dei" (Mãe de Deus) é mais comum na América e
na Igreja
Católica de Rito Latino. O Concílio declarou que os pais da Igreja
"não hesitaram em falar da Santa Virgem como Mãe de Deus".
Alguns títulos
possuem base bíblica, como por exemplo, Mãe Rainha, título dado a
Maria por ela ser a mãe de Jesus, que por vezes é chamado de "Rei dos
Reis" devido à sua linhagem que remonta ao rei
Davi. A base bíblica para a o termo rainha pode ser
vista em Lucas
1:32 e no livro do profeta Isaías
9:6, e Mãe Rainha a partir de 1
Reis 2:19-20 e Jeremias
13:18-19.Outros títulos surgiram a partir
de milagres relatados, aparições ou ocasiões especiais, como por exemplo, Nossa Senhora
do Bom Conselho, Nossa Senhora
dos Navegantes ou Nossa
Senhora da Conceição Aparecida.48 49 50 51
Os três
principais títulos de Maria usados pelos ortodoxos são Theotokos ou Mãe de Deus (em
grego Θεοτόκος), Aeiparthenos ou Sempre Virgem (em
grego ἀειπαρθὲνος), como confirmado no Quinto
Concílio Ecumênico em 553, e Panagia ou toda
santa (em grego Παναγία).Um grande número de títulos são
dados a Maria pelos católicos, e estes títulos têm, por sua vez, dado origem a
muitas representações artísticas, por exemplo o título de Nossa Senhora das
Dores, que resultou em obras-primas como Pietà deMichelangelo.
Festas Marianas
As primeiras
festas relacionadas a Maria cresceram fora do ciclo de festas que celebravam
a natividade de Jesus.
Segundo o Evangelho de Lucas (Lucas
2:22-40), quarenta dias após o nascimento de Jesus, juntamente com a
apresentação de Jesus no templo, Maria foi purificada de acordo com os costumes
judaicos, a Festa da Purificação começou
a ser celebrada por volta do século V e se tornou aFesta de Simeão em Bizâncio.
Nos séculos VII
e VIII, quatro festas marianas foram criadas na Igreja Oriental.
Na Igreja
Católica de Rito Latino uma festa dedicada a Maria, pouco antes
do Natal, foi comemorada nas Igrejas de Milão e Ravena, na Itália, no século VII. As quatro festas marianas
da Purificação, Anunciação, Assunção e Natividade de Maria foram gradativamente
e esporadicamente, introduzidas na Inglaterra no século XI.
Com o tempo, o
número e a natureza das festas (e dos títulos
associados a Maria) e as práticas venerativas que as acompanham têm
variado muito entre as diversas tradições cristãs. De um modo geral, são
significativamente mais títulos, festas e práticas venerativas marianas entre
os católicos do que quaisquer outras tradições. Algumas festas fazem referência
a eventos específicos, por exemplo, a festa de Nossa Senhora da Vitória foi
baseada na vitória em 1571 dosEstados Papais na Batalha de Lepanto.
A diferenças nas
festas também podem se originar a partir de questões doutrinárias – a Assunção de Maria e
a Dormição de Maria são
um exemplo, dado que não há um acordo entre todos os cristãos sobre as
circunstâncias do fim da mãe de Jesus. Enquanto a Igreja Católica celebra a festa da
Assunção em 15 de Agosto, alguns católicos
orientaiscelebram a Dormição da Theotokos em 28 de Agosto, se eles
seguirem o calendário juliano.
A Igreja Ortodoxa também
celebra a Dormição da Theotokos, uma de suas doze grandes festas. Os
protestantes não celebram estas ou quaisquer outras festas marianas.
As sete dores de Maria
A historiografia
católica de Maria colhe uma tradição que venera as suas sete dores como
são sete momentos da sua vida em que passou por sofrimento um notável:
·
Primeira dor:
a profecia de Simeão.
·
Segunda dor:
a fuga para o Egipto.
·
Terceira
dor: Jesus perdido no
Templo.
·
Quarta dor:
Maria encontra o seu Filho com a cruz a
caminho do Calvário.
·
Quinta
dor: Jesus morre na Cruz.
·
Sexta dor: Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe.
·
Sétima dor: o
corpo de Jesus é sepultado.
Doutrinas marianas
Há uma
diversidade entre as doutrinas marianas nas igrejas cristãs, as principais
delas podem ser descritas resumidamente da seguinte forma:
·
Mãe de Deus: afirma que Maria, por ser a mãe
de Jesus é, portanto, a mãe de Deus.
·
Nascimento
virginal de Jesus: afirma que Maria concebeu Jesus milagrosamente
pela ação do Espírito Santo,
permanecendo virgem após o parto.
·
Dormição:
afirma que Maria entrou em sono profundo, antes de sua morte natural.
·
Assunção:
afirma que Maria foi levada de corpo e alma para o céu.
·
Imaculada Conceição:
afirma que Maria foi concebida sem pecado original.
·
Perpétua
Virgindade: afirma que Maria permaneceu virgem durante toda a sua
vida.
Doutrina
|
Definida em
|
Aceita por
|
Nascimento virginal de Jesus
|
Católicos Romanos, Ortodoxos,
Anglicanos, Luteranos
Protestantes, Mórmons |
|
Mãe de Deus ("Theotokos")
|
Católicos Romanos, Ortodoxos,
Anglicanos, Luteranos, Metodistas
Mórmons (como Mãe do Filho de Deus) |
|
Perpétua Virgindade
|
Católicos Romanos, Ortodoxos, alguns
Anglicanos , alguns Luteranos e John Wesley(metodismo)
|
|
Imaculada Conceição
|
Ineffabilis Deus
encíclica do Papa Pio IX, 1854 |
Católicos Romanos, alguns Anglicanos
e alguns Luteranos
|
Assunção de Maria
|
Munificentissimus
Deus
encíclica do Papa Pio XII, 1950 |
Católicos Romanos, Ortodoxos, alguns
Anglicanos e alguns Luteranos
|
No Credo de
Niceia (constituído no Primeiro
Concílio de Niceia, em 325) a Igreja se referia a Jesus Cristo como
o próprio Deus. Posteriormente, no Primeiro
Concílio de Éfeso, realizado na Igreja de Maria em 431, o
dogma Mãe de Deus (Theotokos) foi proclamado. Esta doutrina é
aceita por algumas das principais tradições cristãs. A New Catholic
Encyclopedia diz: "Maria é realmente a mãe de Deus, se se
satisfizerem duas condições: que ela é realmente a mãe de Jesus e que Jesus é
realmente Deus." O termo Mãe de Deus já havia
sido usado na mais antiga oração a Maria que se conhece, sub tuum
praesidium, que data de aproximadamente 250 AC. Segundo São Tomás de Aquino:
"A Santíssima Virgem, por ser Mãe de Deus, possui uma dignidade, de certo
modo infinita, derivada do bem infinito que é Deus".
O nascimento
virginal de Jesus tem sido uma crença universalmente aceita entre os
cristãos desde o século II, ela está incluída nos dois credos cristãos mais utilizados, o Credo
Niceno-Constantinopolitano e o Credo dos Apóstolos.
O Evangelho de Mateus descreve Maria como a virgem que cumpre a profecia
de Isaías
7:14. Os autores dos Evangelhos de Mateus e Lucas consideram a
concepção de Jesus não como resultado de relações sexuais com José ou qualquer
outra pessoa (afirmam que Maria "não teve relações com homem algum"
antes do nascimento de Jesus em Mateus
1:18, 25 e Lucas
1:34), mas sim como obra de Deus, pela ação Espírito Santo
As doutrinas
da Assunção ou Dormição de Maria estão
relacionadas com a morte e assunção corpórea da virgem ao céu. Enquanto a
Igreja Católica Romana criou o dogma da
assunção (ou seja, que a Maria foi para o céu de corpo e alma, embora não se
saiba ao certo que tenha acontecido a dormição) a Igreja Ortodoxa acredita na Dormição ,
embora nem todos os teólogos aceitem a Assunção, ainda que essa seja uma
tradição antiquíssima.67 68
Os católicos
romanos acreditam na Imaculada Conceição de Maria, proclamada em Ex Cathedra pelo Papa Pio IX em 1854. Este dogma afirma
que ela estava cheia de graça, desde o momento de sua concepção no ventre de
sua mãe, sendo preservada da mancha do pecado original. A Igreja Católica Romana tem
uma festa litúrgica com esse nome, que é comemorada em 8 de Dezembro. A Igreja Ortodoxa rejeita a
Imaculada Conceição, principalmente porque a sua compreensão do pecado original
difere das idéias da Igreja Católica Romana.
A virgindade
perpétua de Maria afirma que Maria foi virgem antes, durante e
após o nascimento do filho de Deus feito homem. O termo Sempre Virgem (em grego: ἀειπάρθενος)
é aplicado neste caso, afirmando que Maria permaneceu virgem durante toda a sua vida, fazendo
com que a concepção e nascimento de Jesus,
seu filho único, sejam considerados atos milagrosos.
Perspectivas sobre Maria
Perspectivas cristãs
As perspectivas
cristãs marianas incluem uma grande variedade de opiniões. Enquanto alguns
cristãos, como os católicos romanos e ortodoxos orientais, têm bem estabelecido
tradições marianas, protestantes em geral dão pouca atenção para esse tema. A
Igreja Católica Romana, Igreja Ortodoxa, Igreja Ortodoxa Oriental, Igreja
Anglicana e Igreja Luterana veneram a virgem maria, cada um de um modo diverso.
A veneração pode
assumir a forma de oração, pedindo a intercessão dela juntamente com o seu
Filho, Jesus Cristo, e também de composições de poemas e canções, pinturas e
esculturas, títulos em sua homenagem, revelando uma posição de destaque em
relação aos demais santos e santas.
No Catolicismo Romano
Na Igreja Católica, Maria é reconhecida pelo
título de bem-aventurada, em reconhecimento a sua assunção ao
céu e a sua capacidade de interceder em favor daqueles que recorrem a ela por
meio de orações e práticas devocionais. Os ensinamentos católicos deixam claro
que Maria não é considerada divina e orações a ela dirigidas não são
respondidas por ela, mas por Deus. Os cinco dogmas católicos em
relação a Maria são: Mãe de Deus, Nascimento
virginal de Jesus, Perpétua
Virgindade de Maria, Imaculada Conceição e Assunção de Maria.
Mais do que em
qualquer outro grupo cristão, a Santíssima Virgem ocupa um lugar destacado
entre os católicos, que além de possuírem doutrinas e ensinamentos teológicos
relacionados a Maria, também celebram as festas em honra aos seus títulos,
cantam hinos, rezam uma variedade de orações e peregrinam a templos marianos. O Catecismo da
Igreja Católica diz que "A devoção da Igreja à
Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão".
Os católicos
romanos têm realizado atos de consagração a Maria em diferentes níveis, seja
pessoal, social ou regional. Ensinamentos católicos afirmam que a consagração a
Maria não diminui ou substitui o amor por Deus, muito pelo contrário, o
reforça, portanto, todas as consagrações são de certa forma feitas a Deus.
O crescimento da
devoção mariana no século XVI, inspirou santos católicos a escreverem livros
como Glórias
de Maria (de Afonso de Ligório)
e Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria (de Louis-Marie
Grignion), que enfatizam a veneração mariana e ensinam que "o
caminho para Jesus é por intermédio de Maria". Devoções marianas são, às vezes,
ligadas à devoção cristocêntrica, como
por exemplo, a Aliança dos Corações de Jesus e Maria.
As principais
devoções a Maria incluem as Sete Dores de Maria,
o Santo Rosário e
o Escapulário, e as principais orações
são Ave Maria, Angelus, Salve Rainha, Lembrai-vos e o Magnificat. Os meses de Maio e Outubro são
meses tradicionalmente marianos para os católicos romanos. Em Outubro, o
rosário diário é incentivado e em Maio, práticas devocionais tem o seu ápice em
muitas regiões.
Papas emitiram
uma série de encíclicas e cartas apostólicas marianas para
incentivar a devoção e veneração a Virgem Maria, como por exemplo, Redentoris Mater de João Paulo II,
onde ele começou com a frase "A Mãe do Redentor tem um lugar bem preciso
no plano da salvação",enfatizando a participação de
Maria no processo de salvação e redenção.
Católicos
colocam grande ênfase sobre o papel de Maria como protetora e intercessora,
o Catecismo da
Igreja Católica se refere a Maria como "Mãe de Deus
cuja proteção é fiel em todos os perigos e necessidades".
No século
XX, João Paulo II e
o cardeal Joseph Ratzinger enfatizaram
o foco mariano na Igreja. O futuro Bento XVI, quando sugeriu um redirecionamento
de toda a Igreja ao programa do Papa João Paulo II, a fim de assegurar uma
abordagem autêntica à cristologia através de um retorno à "verdade sobre
Maria". escreveu:
É
necessário voltar-se a Maria se quisermos retornar à verdade sobre Jesus
Cristo, a verdade sobre a Igreja e a verdade sobre o homem.
MÃE MARIA : ORAÇÃO A MÃE DE JESUS |
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Que a graça da divina Mãe Maria aqueça seu coração.